A gente pede algo pro filho, pede como o manual manda: abaixando na altura dos olhos, com a voz serena e tocando no ombro dele e… nada!
O que fazer nessas horas? A vontade de sair gritando e apertando a criança pra fazer o que você está pedindo é tentadora. Mas como a gente também já sabe pode até funcionar na hora, mas vai trazer tanto stress que não vale a pena e nem é saudável.
Nesse momento desmitifiquei a ameaça. Nem sempre quando a gente lembra alguém as consequências das atitudes dela é ameaça. Passei a classificar como colaboração.
Euzinha aqui não colaboro com ninguém nessa vida que não colabora comigo. A vida é uma troca, um pacto social. Quer ver? Você tomar vacina é uma colaboração social, você sair para trabalhar é uma colaboração tanto a quem você presta o serviço quanto dentro da sua casa, em razão do benefício financeiro que retorna. Arrumar a sua cama, limpar a casa é uma colaboração com o seu bem-estar e das pessoas que ali vivem.
Voltando ao caso dos filhos comecei a agir da mesma forma. Cada um precisa fazer a sua colaboração dentro de casa. Arrumar o que desarrumou, limpar o que sujou e não quero ficar pedindo parecendo uma tagarela frustrada que nunca é atendida.
Eu peço uma vez. Caso seja ignorada lembro (sem gritar, sem xingar, com a face relaxada) que quem não colabora comigo também não terá a minha colaboração na hora de ligar a tv para ver o desenho que gosta, para comprar aquele chocolate gostoso no mercado, para deitar na cama junto antes de dormir.
A liberdade individual é um direito muito caro para mim. Eu o respeito demais e por isso em muitos casos espero o momento da criança cumprir suas tarefas, não precisa ser exatamente na hora que eu quero. Mas em muitas situações de vida o pacto coletivo prevalece. Nesse caso a liberdade individual de não querer fazer vai ser sobreposta pelo fazer, pelo bem-estar e harmonia do núcleo familiar.
Sem nenhum drama.