Olá queridas leitoras,

A gente ouve todo mundo dizendo patriarcado pra lá, patriarcado pra lá e que diabos realmente é isso? E mais o que isso tem a ver com a minha vida??

Seja você homem ou mulher te digo, para começar, que tem muito a ver com a forma que nós vemos o mundo… nossas crenças, nossos pensamentos automáticos (aqueles que a gente não controla, sabe?) e até com o que sentimos em várias situações como vergonha, culpa, medo, rejeição.

Patriarcado

Sei que há, quem não suporte essa palavra. Você pode substituir pelo que quiser, portanto que entenda que ela é um sistema de poder.

Poder de todos os homens sobre as mulheres? Não!

Só as mulheres sofrem com esse sistema? Não!

Ele surgiu por causa do capitalismo? Não! Surgiu bemmm antes.

Agora vamos desenvolver as respostas das perguntas acima!

O patriarcado teve início por volta de 3mil-2mil anos AC. Logo, bem antes do capitalismo que só surgiu no século XIII da nossa era. Ou seja, mesmo sem capitalismo esse sistema existiria…

O patriarcado é um SISTEMA, não é um grupo, não é um modelo econômico. É um sistema baseado na figura de poder. E por que não são de todos os homens? Por que ele é um sistema que simbolicamente privilegia a figura do pai, a figura de poder.

O patriarcado não protege todos os homens. Veja o exemplo de nossos meninos hoje (sou mãe de 2 meninos então posso falar de carteirinha) eles têm pouquíssimas opções de como podem agir de quiserem ser aceitos num grupo.

São padrões que eles devem seguir. Esses padrões são internalizados e passados de geração em geração. Meninos precisam pegar muitas mulheres, namorar demais, precisam ser ambiciosos, fortes, precisam fazer um esporte. Se seu filho é quieto, introspectivo, mais calmo, não liga para esportes, não é namorador; duvido que não vão querer dar um “diagnóstico” a ele.

A principal questão do patriarcado é a mentalidade. É uma mentalidade baseada no poder. Não há uma relação de amor ou de respeito. Lembram de João na Bíblia? “Onde há temor não há amor”. Não há mesmo.

Jung também fala isso. Numa relação onde há poder não há espaço para o amor crescer. Isso não se trata só em relação ao homem x mulher. Se estende na relação de como a natureza é tratada, como as crianças são tratadas, como povos tribais são tratados (lembram do que fizeram com os índios quando os portugueses chegaram aqui, né?). Sem respeito, apenas por dominação do mais forte pelo mais fraco.

Por isso, que patriarcado não é o homem, patriarcado é o sistema. Mulheres também têm relação de poder com as crianças, com seus parceiros, com natureza e com outras pessoas que julgam mais vulneráveis.

E as mulheres nisso tudo?

Eu detesto competição para ver quem sofre mais. Até porque como disse só um pequeno grupo se beneficia, o grupo que detém o poder.

No entanto, a mulher aprende desde cedo também que todas as características que vêm da essência do feminino como a sensualidade, o cuidado, a intuição e outras cositas mais são vistas com desdém, como algo inferior.

Legal mesmo é ser parecido com o pai (leia-se pai como figura simbólica) com a ambição, a força, a produtividade do pai.

Suar, correr muito atrás e conquistar tudo que os homens valorizam. Receber seus aplausos e afastar-se cada vez mais da mãe (símbolo de novo, tá? Não é sua mãe de verdade).

Uma sociedade patriarcal implicitamente te ensina a odiar o seu corpo, a odiar a natureza, a odiar a emotividade. Isso é menos. Mulheres fortes precisam renegar isso. E acabam negando a própria essência.

Claro que podemos e VAMOS conquistar o mundo, mas sem perder a nossa essência. O nosso jeito de produzir, de trabalhar, de conquistar.

A sociedade patriarcal te ensina a odiar teu corpo porque ela o objetiviza, logo, um objeto deve ser perfeito. Não pode ter “dobrinhas”, não pode ter “defeito”. Porque você precisa se sentir menos. Não à toa o Brasil é recordista em cirurgias plásticas.

Por isso, minhas queridas, não há ato mais revolucionário do que se amar!

Seja sincera com você mesma. Quantas vezes você fala mal do seu corpo? Quantas vezes você agradece (qq que seja seu Deus) por ele ter saúde, ser forte e te permitir viver? O exercício mental que precisamos fazer toda vez que a gente for falar mal do nosso corpo é cortar esses pensamentos e falar COM o corpo agradecendo, honrando e amando-o.

Esse post complementa bem o que falei nesse post aqui sobre fazer as pazes com o feminino. Pode ler ele também.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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