Pode parecer estranho mas sacrifício não é prova de amor. Sacrifício é egoísmo. O que você está falando?? Está doida?? – você deve estar pensando. Calma! Respira. Não leve pro pessoal e vamos pensar um pouco…

O egoísmo anda lado a lado com o medo. O egoísmo é autopreservação guiada pelo medo. O sofrimento para salvar o outro é um comportamento muito mais egoísta do que a busca da própria felicidade.

Vamos pegar um exemplo típico de uma família normal. O discurso do pai é “eu trabalho muito, mas muito para dar tudo que posso a vocês”. O discurso da mãe é: “Eu abri mão dos meus sonhos, da minha vida para cuidar de vocês”.

E com esse discurso é depositado nos filhos a expectativa e pressão para que eles tenham o mesmo comportamento. Pensam os filhos: “meus pais se sacrificaram muito por mim então tenho que agradá-los”. O que acontece é que essa atitude de sacrifício faz com que os desejos do filhos sejam moldados pelos pais.

Sendo assim, você pode ter uma super aptidão para artes plásticas, filosofia, mas “escolhe” (entre aspas porque você não se sente livre para escolher) fazer medicina, direito ou_______(preencha a lacuna) porque acredita que a realização dos pais virá quando responder essa pressão social e expectativa deles.

O sacrifício dos nossos pais faz com que a gente se sacrifique também, porque achamos que aquilo é uma conduta de amor e esse ciclo se perpetua por infinitas gerações. A profissão foi apenas um exemplo. A verdade é que o sacrifício do filho faz com que os pais acreditem que a realização deles virá quando preenchemos essa pressão social. Então pode ser através do casamento, da profissão ou de qualquer outra coisa que te faça buscar aceitação e amor através do sacrifício.

Já a busca da felicidade não é egoísmo. Lembre-se sempre que quem pratica o autocuidado, cuida melhor do outro. Essa pessoa está preenchida, está em paz com suas emoções e escolha e vamos combinar que gente feliz não inferniza a vida do outro, né? A busca da felicidade nos conduz a ações alegres.

Isso quer dizer que adeus filho, se vire aí? Claro que não. Busca da felicidade é uma coisa, negligência é outra. O que estou dizendo é que dá para ajudar uma pessoa (marido, filhos, mãe) e preservar a sua felicidade ao mesmo tempo.

Meu conselho é reaja a emoção negativa dos outros com uma emoção positiva. Neutralize o ódio dos outros com o seu amor, acalme a ansiedade dos outros com a sua confiança e suavize o ressentimento deles com o seu perdão.

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Fonte: Jessica Miranda em “Educando Afetos com Espinoza”.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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