Estamos observando o aumento do número de pais contrários à imunização de seus filhos no Brasil, por considerarem que as vacinas trazem mais malefícios do que benefícios à saúde da criança. Esse movimento chama-se antivacina e é responsável pelo aumento da morbidade e mortalidade das crianças, do retorno de doenças como o sarampo e atraso na erradicação da poliomielite.

Os argumentos de defesa da não vacinação são diversos incluindo causas religiosas, falta de suporte científico que comprove a real imunização, medo de efeitos colaterais das vacinas, presença de substâncias tóxicas na composição das vacinas. Entretanto, essas justificativas não são comprovadas cientificamente. O movimento antivacina ganha maiores proporções através das redes sociais e tem como seguidores as classes mais favorecidas.

As vacinas estão entre as principais conquistas da Medicina e são importantes pois diminuem o número de doenças infecciosas, erradicação de outras doenças infecciosas como a varíola, protegem o indivíduo e a comunidade.

A Sociedade Brasileira de Pediatria e o Conselho Federal de Medicina consideram o movimento um retrocesso em termos de saúde pública e alertam os pais sobre a importância da atualização do calendário vacinal das crianças e adolescentes devido ao risco de surgimento de doenças graves ou retorno de doenças na forma de epidemias como a poliomielite, sarampo e rubéola.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a vacinação em massa evita entre 2 milhões a 3 milhões de mortes por ano e é responsável pela erradicação de várias doenças. A OMS argumenta ainda que com vacinação também se reduziu a mortalidade por sarampo em 74%.

No Brasil, estão disponibilizados na rede pública 26 tipos de vacinas para crianças e adultos. Graças à cobertura vacinal, iniciada na década de 1970, a varíola foi eliminada no país em 1973; a poliomielite, em 1989; e a transmissão autócnote de sarampo, em 2001. Segundo o Ministério da Saúde, o surto recente de febre amarela tem com uma de suas causas a baixa cobertura vacinal na região onde ocorreram as primeiras mortes, em Minas Gerais. Em 47% dos municípios com recomendação para a vacinação, a cobertura da vacina contra febre amarela era menor do que 50%.

Na tabela abaixo consta o calendário vacinal preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Entretanto, algumas vacinas ainda não estão presentes no calendário vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde mas essas vacinas podem ser encontradas em clínicas de imunização.

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Dra. Cristiane é endócrino-pediatra. Graduada pela Faculdade Souza Marques, Residência Médica em Pediatria pelo Hospital Municipal Jesus, Título de especialista em Pediatria pela SBP, Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado e Endocrinologista do Hospital Municipal Jesus. Professora da disciplina de Pediatria da Universidade Unigranrio. Atende em seu consultório na Av. Luís Carlos Prestes, 410 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Telefone: (21) 3328-4266.

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