Depois que seu filho(a) entrou na creche/escolinha começou a aparecer um monte de doenças? O texto abaixo é para você!

A alergista e pediatra Dr. Fernanda Fragoso Guia fala sobre o assunto na matéria abaixo.

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A voz do especialista

Crianças saudáveis que frequentam creches têm 18 vezes mais chances de contraírem doenças comuns da infância, especialmente as menores de 2 anos de idade.

A “crechite” é definida como episódios frequentes e recorrentes de infecções: resfriados comuns, bronquiolites, faringites, conjuntivites, gastroenterites, otites médias. Estas infecções têm um impacto social e econômico importante na sociedade e nas famílias. Estes quadros podem ser prolongados gerando grande ansiedade aos pais e idas aos serviços de emergências em busca de resolução rápida.

As infecções mais comuns:

Infecções respiratórias:

As crianças que frequentam creches têm 50% mais chance de adquirirem infecção do trato respiratório quando comparadas às crianças que ficam em casa. É a principal infecção adquirida na creche, principalmente no inverno.

Provocadas por vírus, os mais frequentemente envolvidos são, o vírus sincicial respiratório humano (VSRH), metapneumovírus humano (MPVh), influenza A e B (IA e IB), vírus da parainfluenza (VPI) 1, 2, 3, e rinovírus.

Conhecer esses nomes pode parecer sem motivo, porém, os pais passam a entender melhor o que os médicos chamam sucintamente de VIROSE.

Otite média aguda – A otite média é a causa mais comum de consulta médica e de uso de antibióticos em crianças. Frequentar creche representa um fator de risco para desenvolver otite média aguda, principalmente nos menores de 3 anos. Representa uma complicação comum das viroses respiratórias.

A maioria dessas infecções são autolimitadas mas não estão livres de complicações.

A prevenção pode ser realizada com diminuição no número de crianças da turma, limpeza regular dos brinquedos e materiais de uso comum, práticas adequadas de higiene dos cuidadores, principalmente os que cuidam de menores de um ano. A lavagem das mãos é a forma mais importante de prevenir a disseminação de vírus respiratórios. Já nas crianças de 1 a 3 anos de idade, esta prevenção é dificultada pelo comportamento de exploração do ambiente e de grande intimidade entre eles nesta faixa etária. Além disso, estes vírus são altamente infecciosos, sobrevivem por certo período de tempo no meio ambiente e podem ser transmitidos antes e após o tempo em que a criança está apresentando sintomas.

Infecções gastrointestinais:

A diarréia infecciosa é a segunda infecção mais comum adquirida na creche. Ocorre 3 vezes mais nestas crianças. A maioria delas ainda não possui controle esfincteriano o que contribui ainda mais para a disseminação dos germes. A transmissão ocorre por contato pessoa a pessoa ou através de comida contaminada. A lavagem das mãos é a forma mais importante de prevenção.

O que fazer para reduzir os casos de “crechites”? Vacinação: pneumococo, gripe;
Medidas de higiene adequadas;
Treinamento e informações aos funcionários das creches como lavagem de mãos e uso permanente de álcool gel.

Vantagens em se contrair “crechite”?

As infecções levam a maturação do sistema imune, diminuindo o riscos para atopias (asma, rinite) e infecções mais graves.

Mamães, vovós e titios fiquem tranquilos! Esqueçam a tal “imunidade baixa”.

As infecções em sua maioria são autolimitadas e benignas. O seu número elevado é devido à convivência com tantas outras crianças da sua idade e não a distúrbios de imunidade. Após o terceiro ano da creche, a frequência de doenças nas crianças é similar aquelas que ficam em casa.

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Texto escrito por Dra. Fernanda Fragoso Guia , que é graduada pela Universidade do Grande Rio, possui Residência em Pediatria pelo Hospital Federal de Bonsucesso, Pós-graduada em alergia e imunologia pela UERJ, título de especialista em Alergia e Imunologia pela ASBAI, Pediatra pelo Hospital Municipal Albert Schweitzer. Alergista e Imunologista na Clínica Alergoar, Rua Desembargador Izidro, 22. telefone: 3515-0808.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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