A nossa querida colunista, Dra. Cristinae Pacheco, fala hoje sobre cólica no lactente. Este tema foi um pedido meu, pois sofri um bocado com o João nos primeiros três meses de vida dele e na época encontrei pouquíssima informação sobre o tema. A pior coisa do mundo é ver o nosso filho, tão pequenininho, chorando sem parar e não poder fazer nada.

No meu caso, resolvi o problema deixando de comer produtos com lactose. Depois que  parei de comer alimentos derivados do leite de vaca, nunca mais ele teve cólica e graças a Deus os choros intensos cessaram.

Mas a boa notícia é que quando o João completou 3 meses tudo acabou e vivemos felizes para sempre. kkk

Brincadeiras à parte, segue abaixo o texto da Dra. Cristiane explicando tudo sobre cólica no lactente. Espero que ajude às mães, que estão passando por essa fase.

A voz do especialista

A cólica no lactente é definida como crises de irritabilidade, agitação ou choro por pelo menos 3 horas por dia, mais de 3 dias na semana em pelo menos 3 semanas. O surgimento ocorre na segunda semana de vida, intensificando-se entre a quarta e a sexta semanas. O alívio é progressivo e desaparece por volta do terceiro mês de vida.

As crises se iniciam geralmente ao anoitecer e são caracterizadas por choro inconsolável, postura de jogar o corpo para trás ou encolhimento das perninhas e dificuldade para evacuar ou eliminar gases. O choro é diferente dos padrões normais como o de fome ou frio e é difícil acalmar o bebê. Muitas vezes há dificuldade para amamentá-lo no momento da crise.

A causa das crises de cólicas no bebê ainda não foram definidas, existindo diversas teorias como desmame precoce, imaturidade do sistema digestivo, intolerância ou alergia ao leite, má absorção e refluxo gastroesofágico.

Não há risco para os bebês e o crescimento e desenvolvimento não são prejudicados. É uma condição transitória. Entretanto é necessário consultar o pediatra para afastar outras causas de desconforto como infecções, refluxo, hérnias, muito comuns nessa idade.

As crises de cólicas provocam muita angústia e desgaste emocional para os pais devido a preocupação com o bebê e dificuldade para acalmá-lo. Após afastar outras causas para o desconforto, algumas medidas podem ser tomadas para acalmar o bebê como massagens na barriga com movimentos circulares, aquecimento do abdome com compressa morna ou o calor da colo da mãe e movimentos de empurrar as perninhas em direção ao abdome. O ambiente deve ser calmo.

O aleitamento materno é muito importante pois reforça o vínculo mãe-bebê, tranquiliza a criança e a protege da exposição a proteína do leite. Em algumas situações a mãe precisará retirar alguns alimentos de sua dieta e pode ser necessário o uso de fórmulas infantis mais específicas, caso o bebê se alimente de leite artificial.

O mais importante é tentar manter a calma e o pai tem papel fundamental nesse momento de estresse, dando apoio a mãe e ao bebê.

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Dra. Cristiane é endócrino-pediatra. Graduada pela Faculdade Souza Marques, Residência Médica em Pediatria pelo Hospital Municipal Jesus, Título de especialista em Pediatria pela SBP, Residência Médica em Endocrinologia Pediátrica pelo Hospital dos Servidores do Estado e Endocrinologista do Hospital Municipal Jesus. Professora da disciplina de Pediatria da Universidade Unigranrio. Atende em seu consultório na Av. Luís Carlos Prestes, 410 - Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Telefone: (21) 3328-4266.

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