Quem nunca ouviu essa frase com uma conotação pejorativa é porque mora em marte! kkkk

As crianças de hoje não são mais como antigamente mesmo! E que bom. Da próxima vez que você ouvir essa frase responda: “não são mesmo e graças a Deus, né? Imagina criança até hoje não ter voz, apanhar, não ser ouvida, nem ser considerada gente.”

E porque a criança de hoje é diferente?

Geralmente as pessoas usam esse termo para dizer que as crianças não obedecem mais os adultos. Lembrando que obediência é um substantivo que define a ação de quem obedece, de quem é dócil ou submisso. Uma pessoa que segue, cumpre ou cede às vontades ou ordens de alguém.

No entanto, onde na sociedade ainda existe essa necessidade de obediência?

Na relação entre marido e mulher ainda existe obediência? Na minha casa pelo menos não. Na relação entre chefe e empregado? Não. Existe respeito mútuo, mas não submissão. Num ambiente corporativo saudável você pode discordar (aliás deve) e emitir sua opinião. Todos nós nos sentimos livres suficientes para nos colocarmos, e óbvio que a criança percebe isso, por consequência ela também vai querer ter essa liberdade de se colocar no mundo.

Se ela não sente, não tenta, algo vai mal. E muito mal…

Então se não há mais obediência o que há ou deveria ter?

A não ser que você seja um soldado de um quartel e que realmente a regra seja submissão aos seus superiores, o que deveria acontecer é a colaboração.

Na colaboração existe a participação. A criança vai ser ouvida, não necessariamente atendida, mas ela terá a chance de expor sua vontade, desejo, opinião.

A obediência carrega o silêncio, a colaboração carrega o respeito. Eu vou fazer a cama porque eu sei que é importante para a organização da minha casa, para o bem-estar da minha família e para mim porque terei um ambiente limpo.

Eu colaboro porque faz bem pra mim, pro outro e para o andamento da casa, da escola ou da sociedade.

Eu escuto e colaboro com meus pais não porque “eu sou sua mãe, então eu mando e você obedece” mas porque eu vivi um pouco mais que você, tenho mais experiência que você, já passei por essa situação e estou aqui para te ajudar e te guiar nas suas decisões.

Pode ser difícil largar essa necessidade de controle? Sem dúvida. Queremos obediência porque queremos controlar a criança, a vida da criança, não queremos correr o risco que algo saia fora das nossas projeções, expectativas.

Contudo é necessário que essa criança tenha a liberdade de ser quem ela é, de se colocar no mundo tendo os seus cuidadores como guia, acompanhando esse processo de aprendizagem e não como alguém que se intitule onipresente e detentor de todo o saber.

Hoje obedece os pais, amanhã o marido/esposa, o chefe e essa criança precisará sempre de alguém determinando o que ela pode ou não pode fazer. É isso mesmo que você deseja? É isso que vai fazê-la ter relações saudáveis no futuro?

 

Artigo anteriorFesta 2 anos: Joaquim Futebol Clube
Próximo artigoPasseio com as crianças no Bioparque do Rio
Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui