Trago abaixo dois textos lindos para comemorar o dia das mães. Para as minhas queridas leitoras desejo um dia de muito amor e alegrias.
Lembrando que não existe mãe perfeita, somos mulheres nos dedicando, tentando acertar, mas acima de tudo fazendo tudo com muito amor.
Às vezes erramos, exageramos, mas quem não erra? O importante é todo dia estarmos ciente do nosso papel (o mais importante) de ser mãe e criar filhos seguros do nosso amor.
Os filhos e o Mundo
Hoje tomei meu café com lágrimas e na minha boca amargava as saudades que sinto da minha mãe. Fiquei pensando em quantas vezes, desde que me tornei mãe, já escutei a frase ‘não pause sua vida pelos filhos, pois eles um dia crescem’ ou alguma variação dela, repetida, ainda que não intencionalmente, como uma forma disfarçada de escrutinizar e menosprezar a dedicação materna. Se cria filho pro mundo, todo mundo diz. As asas, as benditas asas. Eu sei, você sabe.
Não pausar a vida. Ideia curiosa essa já que ser mãe é viver eternamente de pausas. Por nove meses (ou mais) a gente pausa o vinho. Por aproximadamente 40 dias (mas provavelmente bem mais) a gente pausa a vida sexual. Por muitas e muitas noites a gente pausa o sono. A gente pausa a reunião de trabalho, a ligação importante, a promoção. A gente pausa a poupança, porque juntar dinheiro fica difícil. A gente pausa as refeições e os banhos. A gente pausa os planos de viagens, as saídas com as amigas, as idas ao cabeleireiro. A gente pausa o coração na preocupação e a gente pausa a própria vida pra respirar a deles.
Criar para o mundo. O que isso seria? Suponho que minha mãe me criou ‘para o mundo’, sempre me dando asas. Saí de casa aos 14 anos e aos 18 saí do país. Fui conquistar esse mundão para o qual ela me criou. Mas a verdade é que eu nunca deixei de ser dela. Um pedaço dela. Um produto dela. Tão dela que mesmo com mais de 30 anos, eu ainda preciso que ela pause a vida dela por mim. E ela pausa. Passa 2, 3 meses aqui, vivendo minha vida. Ela pausa com a generosidade de quem é acostumada a pausar e doar e amar e amar e amar.
Então, eu penso, enquanto tomo meu café com lágrimas e amargo as saudades que sinto da minha mãe, que filhos não são do mundo. Nossos filhos são nossos! Eles vieram da gente e voltam pra gente de novo e de novo. Mesmo estando longe, eles são nossos. Nossos pedaços. Nossos produtos. Os produtos de todas as nossas pausas. Porque é na pausa que fortalecemos o vínculo, é na pausa que construímos as memórias. É no pausar da vida, nesse incessante viver pelo outro, em meio as dores e sacrifícios que, como mulheres, muitas vezes nos vemos plenas; e mais do que isso, nos vemos mães.”
Autora: Fernanda Marques
Poesia de Mãe:
Ninguém a tinha em mente, quando as 4 da manhã eles acordaram novamente.
Ninguém a ouviu quando o cansaço a feriu.
Ninguém escreveu todo o amor que ela já deu.
Ninguém presenciou quando no chuveiro ela chorou.
Ninguém notou quando no jantar ela esperou.
Ninguém nem contou quantas vezes ela embalou.
E quantos bandaids ela colou.
E quanto arroz ela cozinhou.
E quanto caos ela arrumou.
E quanta luz ela espalhou.
Ninguém a viu quando das gracinhas ela sorriu.
Ninguém a segurou quando o medo a atacou.
Ninguém enxergou quando mais uma vez ela limpou.
Ninguém estava lá quando ela sentava para brincar.
Ninguém testemunhou os beijinhos que ela ganhou.
Ninguém escutou as histórias que ela contou.
E as lágrimas que ela secou.
E as juras que ela falou.
E as músicas que ela cantou.
E a culpa que ela calou.
Ela acha fácil pois faz tudo por um abraço.
E quando fica perdida vem Deus e mostra a saída.
E quando já pensa que não aguenta, vem o amor e a arrebenta.
E para os que não dão bola, saibam que a maternidade é uma escola.
Pois nesta jornada atrevida, são as mães quem dão a vida.
E dar a vida não é parir, já que algumas acabam por partir.
Dar a vida é dar amor.
Criar é dar raiz.
É isto que faz de uma criança mais feliz.
E se você pensa que escolheu, na verdade foi escolhida.
Pois esta alma ao renascer, apontou para você.
E que benção mais carinhosa saber que de todas as rosas, você, apenas você, foi vista como a mais maravilhosa.
Autora: Rafaela Carvalho.
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