Viagem para Europa com bebê

Há quem morra de medo de viajar com bebês! Imagina então, passar 19 dias com um, de 9 meses e meio, viajando pela França?? Pois foi exatamente o que eu fiz com a minha família em maio deste ano. E quer saber? Deu super certo!

Vou contar para vocês como foi a viagem, o que deu certo e o que deu errado, mas o mais importante é saber que uma viagem destas com bebê, não terá o mesmo ritmo daquelas que você fazia antes de ser mãe. Ter essa consciência é muito importante. Calma e paciência são primordiais, pois assim todos aproveitam e ficam felizes!

Vale a pena viajar com bebê para Europa?

Claro que sim! Acredito que o contato 24 horas com os pais durante 19 dias é muito mais enriquecedor do que qualquer outra atividade que você possa oferecer ao seu filho. No dia-a-dia não temos esse tempo, pois outros afazeres como trabalhar, ir ao mercado, academia, tomam grande parte do nosso tempo. Por isso, poder dedicar-se full time a ele só traz benefícios. Desta forma, estreitam-se os laços entre pais e filhos, além de proporcionarmos o amadurecimento emocional da criança. Não tenham medo! Se viajar já é bom, viajar com seu filho será melhor ainda!

Mas vamos as matérias de ordem prática…

No avião

O voo da ida foi noturno, o que achei excelente. Como o João dorme às 20 horas e o voo foi às 22 horas, ele já entrou no avião dormindo e só acordou no dia seguinte, quando chegamos. Mamou de madrugada, como de costume, mas já tinha a mamadeira pronta comigo.
Na volta pegamos o voo em Barcelona às 8 horas da manhã. Eu detestei voar com ele durante o dia. Não faço isso novamente. É muito mais cansativo para a criança e para os pais. É natural… o bebê quer andar, interagir, fazer alguma coisa e dentro do avião fica bem difícil! Ele se irritou em alguns momentos e nessas horas eu o colocava no peito para acalmá-lo.

O que levar na bolsa de mão?

Na bolsa de mão tinha leite, mamadeira, fralda, lenço umedecido, pomada, brinquedos pequenos para entreter o bebê, roupa extra, passaporte e dois cobertores. Na volta como o voo foi diurno incluí 2 papinhas e uma fruta.

A mala

Todo mundo sabe que bebê suja muita roupa, então é praticamente impossível levar roupas para todos os dias sem precisar lavar no hotel ou comprar.

Eu fiz as duas coisas! No começo da viagem lavava, mas como o custo da lavagem por peça era em média 4 euros, decidi comprar algumas roupas, que inclusive serviram como novos modelitos para ele…

Na mala coloquei roupa de frio e de calor. Isso porque em Paris sabia que estaria frio, mas as outras cidades estariam bem quentes. Quanto a organização fiz a conta de um look por dia, pois ficávamos o dia todo na rua. Mais ou menos às 18 horas retornávamos ao hotel, dávamos banho nele e já o vestia com o pijama, já que ele dorme às 20 horas, deixando-o mais confortável. Muitas vezes saímos do hotel à noite com ele dormindo e por este motivo levei 10 pijamas.

Ainda levei 6 cueiros, 2 fronhas de travesseiro, 2 sapatos, 10 pares de meia, 12 fraldas de pano, 2 fraldas de piscina, 1 sunga e 1 camisa de proteção solar.

Quanto as nécessaires fiz duas: uma de remédios, de acordo com a recomendação da pediatra, que tinha um antibiótico, um antialérgico, um analgésico e um corticóide para inalação (graças a Deus ele não usou nada). A outra nécessaire tinha repelente, protetor solar, dedeira, escova de cabelo e tesourinha de unha.

Shampoo, fralda e sabonete líquido não levei na mala, pois ocupam muito espaço. Preferi comprar nos destinos e valeu super a pena. O preço da fralda M Pampers Premium Care foi 12 euros (pacote com 36 fraldas), em Paris, e na Espanha, como não vende Pampers (pasmem!) comprei essa marca, que achei ótima pelo mesmo valor:

Outra dica importante: levem o escovão e o detergente para lavar as mamadeiras no hotel porque assim, não precisamos ficar pedindo para alguém lavar!

Alimentação

Quando saí do Brasil pensava que acharia com facilidade comida para o João nos restaurantes. Não foi o que aconteceu, pois além da comida ser muito condimentada e salgada para um bebê, os restaurantes não abrem cedo na França e tampouco em Barcelona (somente em Paris).

Por isso, fiz uma pesquisa de marcas e comprava papinha da blédina em Paris (esta da foto).

Estas papinhas passam por um controle rígido da Vigilância Sanitária, além de serem próprias para bebês. Por mais que você não goste deste tipo de alimento, numa viagem dessas é de longe a melhor opção! Ele adorou, comia o potinho todo e ficou super bem.

Em Barcelona dei essa marca aqui:

Quanto ao leite descobri que na França não vende Aptamil, que é o leite que João bebe. Conversei com uma farmacêutica e ela indicou a marca abaixo. Disse que era a melhor!SEM açúcar e com vários nutrientes importantes para o bebê.

Quanto aos horários tentei ao máximo manter a rotina dele do Brasil. Às 6 horas da manhã ele tomava uma mamadeira, às 9 horas comia uma fruta do café da manhã do hotel, entre 12:30 e 13 horas, raramente conseguia dar comida no restaurante e quando conseguia pedia frango ou carne bovina com legumes, senão oferecia uma papinha. Por volta de 15 horas ele comia outra fruta (que havia guardado do café da manhã do hotel) e às 18 horas dava outra papinha de jantar. Ele ainda mamava nos intervalos!

Adaptação ao fuso-horário

O João demorou 3 noites para se adaptar ao fuso-horário. Nesses primeiros dias ele dormia 1:30 hora da manhã, o que correspondia à 20:30 horas do Brasil, horário que ele dorme habitualmente. Logo depois ele se adaptou e tudo foi muito mais tranquilo.

Locomoção interna

Optamos por viajar de trem entre uma cidade e outra. Como fomos para vários lugares (Paris, Lyon, Nice, Avignon, Aix-en-Provance e Barcelona), o trem foi a melhor coisa, pois tinha espaço para o João “andar” e se distrair.
Para Nice e Provance fomos de carro (aluguei a cadeirinha junto) e não tive qualquer problema.

Mobilidade na cidade

Paris tem um sistema de metrô incrível, tanto quanto Barcelona. A diferença é que em Barcelona tem elevador em praticamente todas as estações, já em Paris não! Na cidade luz opte por pegar ônibus ou força no muque para carregar o carrinho nas intermináveis escadas do metrô.
O que ajudou muito foi o carrinho que levei, bem leve e prático. Depois de dobrado ele cabe numa mochila.

Estrutura no Beach Club em Nice

Se você for para Nice, saiba que vale muito a pena pagar para ficar dentro do beach club. Neles há trocadores para bebês, chuveiro para dar banho, colchão se quiser colocá-los para dormir e restaurante!

Dessa forma, você consegue almoçar, dar almoço para o bebê, depois limpá-lo como se estivesse em casa. E o melhor, que custa apenas 16 euros por pessoa e mais 5 euros a toalha. Preço bem tranquilo para toda essa estrutura, coisa rara nessas cidades!

O dia-a-dia na viagem

Como falei no começo, é importante ter calma e principalmente ser prática. Obviamente que essas cidades não possuem um banheiro família para você trocar a fralda do seu filho. Você não está num resort!

Por outro lado, pense que na França também há bebês! Então não precisa ficar desesperada achando que você é a única mãe por lá…

Durante a viagem, geralmente, eu trocava a fralda do João no banheiro de algum restaurante em cima da pia. Limpava a pia, forrava com o trocador portátil e trocava a fralda. Se a situação era mais desastrosa, voltava para o hotel e dava banho nele, depois voltava para o roteiro (#nostress).

Uma brasileira que mora na França há alguns anos me disse que eles acham terrível trocar o bebê na rua (no carrinho ou no banco da praça) mesmo que seja um inocente xixi. Bom, quando soube eu já tinha feito isso algumas vezes, mas confesso que se alguém olhou de cara feia, não percebi. No entanto, depois do conselho preferi não arriscar! #ficaadica

Para dar a papinha sentávamos em algum café, ou pedíamos para esquentar em algum bar e dávamos na rua mesmo. A do jantar era mais fácil, pois voltávamos para o hotel e assim podíamos esquentar no restaurante. Importante levar sempre uma colher na bolsa!

Encerrando…

Por fim, só quero frisar que com praticidade, otimismo e parceria do casal tudo dá certo! Não sou o tipo de pessoa que curte só ficar viajando para resorts (por melhor que eles sejam). Acho que dá sim para manter uma vida cultural com o bebê. Sou a prova viva que dá certo!

A viagem foi maravilhosa! Amo conhecer lugares novos e o João não atrapalhou em nada. Não fiquei mais cansada do que nas outras vezes em que viajei sem bebê. Foi indescritível viver esses momentos com o meu filho… Só guardo boas lembranças!

No mais Bon Voyage!