Você usa a vergonha como instrumento de educação com seus filhos? Ou seja, você é critíca demais, exigente e impaciente com eles?

Quando seu filho entra na sala você repara se os cabelos estão penteados, se o sapato está amarrado, se a roupa está combinando, se não está amassada? Você acha que essa atitude é demonstração de cuidado? Ou antes você repara se o rosto dele(a) se ilumina ao te ver? 

Infelizmente não é. Quando somos assim a única coisa que ensinamos aos nossos filhos é a não se valorizarem pelo o que eles são. Eles veem a crítica o tempo todo no nosso rosto e pensam “o que será que fiz de errado agora?”.

Quando você olhar a sua criança deixe transparecer o seu amor, a sua alegria em vê-la, expresse o que seu coração de fato está sentindo.

Pessoas que são criadas na base da vergonha tem muita dificuldade de acreditar em seu próprio valor, não se sentem aceitas e não se sentem amadas.

Isso gera um adulto que sempre terá pré-requisitos para se achar valorizado, aceito e consequentemente amado. Pensamentos do tipo: eu só serei valorizado quando eu perder alguns quilos, se eu for promovido, se eu ficar grávida, quando conseguir comprar meu apartamento, se ninguém descobrir etc. são característicos de pessoas criadas na base da vergonha.

Tome cuidado com os pré-requisitos que consciente ou inconscientemente você esteja passando aos seus filhos. Caso as suas atitudes com ele ou com você mesma (porque sempre temos que servir de exemplo) foque em comportamentos que devem ser mudados, se estamos passando mensagens claras ou veladas sobre o que os tornam mais ou menos aceitos, deixando para segundo plano os valores fundamentais, a educação não estará indo no caminho da autovalorização.

Quando eles acreditam que precisam se encaixar em um padrão para serem aceitos, pois caso contrário passarão vergonha, por exemplo, precisam ser magros, precisam tirar notas altas, precisam jogar bem futebol, precisam ter o cabelo liso, precisam ser populares na escola, isso muda radicalmente a autoestima deles, o que é muito doloroso porque o medo de passar vergonha está intimamente ligado ao medo de não serem amados.

Obviamente, não temos como blindar nossos filhos, eles passarão por humilhações, insultos e provocações na rua, ainda mais numa sociedade tão competitiva quanto a nossa. 

No entanto, você pode ter certeza que se seu filho tiver um ambiente em casa de apoio, amor e confiança não ficará nenhum trauma na vida dele. Se quando chegar em casa ele puder conversar e ter o colo de que precisa ficará muito mais fácil seguir em frente e se refazer da situação.

Isso é amar incondicionalmente. Despreze as comparações e não permita que o número de conquistas e aquisições do seu filho seja o termómetro para avaliar o seu valor. Eles valem muito pelo que são, e isso inclui as imperfeições também.

Fonte: A coragem de ser imperfeito de Brené Brown.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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