A cena

João na pracinha brincando com uma vassoura de brinquedo. Outra criança chega e quer a vassoura, o João não quer emprestar a vassoura, a outra criança insiste. A babá da segunda criança vendo que a babá do João não interfiriu na disputa dispara:

– Fulano, saia daí! Não está vendo que ele não quer te emprestar a vassoura? E sai com a criança do ambiente.

Essa cena relatada pela minha babá me faz refletir: por que achamos que nossos filhos tem a obrigação de emprestar os seus brinquedos, que estão usando, imediatamente para outras crianças, que na maior parte das vezes são estranhas a eles?

Empatia

Se coloque no lugar do seu filho. Você está sentada na mesma praça lendo uma revista que você adora, achando a revista super interessante e vem uma outra pessoa arranca a revista da sua mão e fala que quer ler. Você não gosta é claro, reclama e tenta pegar de volta. Mas outra pessoa com autoridade sobre você diz que você não pode ser egoísta e deve emprestar a revista.

Você acha isso certo? Provavelmente não. Só porque o seu filho é pequeno, não quer dizer que ele não tem os mesmos sentimentos que você teria de injustiça e falta de proteção. E o mais importante você acha que realmente agir assim vai ensiná-lo a não ser egoísta? I don’t think so…

Emprestar o brinquedo

Respondendo a pergunta do título: não, seu filho não é um egoísta. Ele é uma criança normal.

Crianças menores de 3 anos na maioria das vezes não estão aptas a dividir os seus pertences. Então para começar vamos repeitar a fase de cada idade. Seu filho de 2 anos não é ruim nem o da sua amiga por não querer emprestar um brinquedo. Ao tempo de cada um eles irão aprender a emprestar seus brinquedos.

Como fazer?

Primeira dica é: não interfira o tempo todo na disputa de brinquedos entre as crianças. Observe claro o que está acontecendo mas não interfira de imediato, permita que seu filho resolva seus problemas sozinho, caso contrário esperará sempre que alguém resolva seus problemas por ele.

A disputa por brinquedos é normal toda criança irá fazer. Na maior parte das vezes elas vão se resolver sozinhas e o melhor aprenderão muito com isso.

Caso a disputa não se resolva, interfira, mas não arranque o objeto de um para colocar na mão do outro. Converse com as crianças, mostre o que está acontecendo, não tome partido. Isto irá acalmá-las. A simples presença de um adulto já faz com a criança se sinta confiante e resolva a disputa sozinha.

Se a disputa continuar uma opção é agir como falei neste post aqui, ou seja mude o foco, apresente outro brinquedo, brinque com ele, talvez os dois se interessem pela mesma nova brincadeira e esqueçam do objeto disputado.

Caso nada disso resolva, com calma (sei que às vezes é difícil mas vale começar o exercício) guarde o brinquedo da disputa. E explique o porquê de estar guardando.

Disciplinar uma criança não é uma tarefa fácil, mas é necessária. No entato, defendo que temos que fazer isso com respeito tanto aos nossos filhos como aos filhos dos outros.

Para ler mais textos como estes clique aqui, aqui.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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