Meu filho foi mordido, o local ficou inchado e roxo. Ficou muito feio! Será que vai ficar marcado? Será que ninguém vê? Será que tem poucos profissionais? Como o adulto não impediu?

Estes são alguns sentimentos que são expressos quando temos nosso filho mordido: dor, impotência e insegurança.

A mordida deixa marca, diferente do puxão de cabelo ou de outro ato que não deixa aparentemente nenhuma marca.

Outras perguntas surgem e muitas vezes não encontramos respostas lógicas, pois envolvem o sentir. Por que será que criança morde? Será que não é ensinado que não pode morder?
A mordida choca o adulto, quando este é o pai do ‘mordedor’ indaga-se: será o meu filho violento? Ou na situação do agredido: será que meu filho não sabe se defender? E neste caso, ainda há o sentimento de pena por ver seu filho machucado.

Para entender o que significa morder ou comportamentos combativos como puxar o cabelo, jogar-se no chão, chorar, chutar, cuspir, beliscar, é necessário que analisemos como é uma criança nesta faixa etária.

A criança de 1 ano até aproximadamente três anos é movimento! Ela gosta de explorar o mundo de diferentes formas até mesmo com a boca. Tal exploração oral está ligada a fonte de prazer, ao prazer de sugar e o reflexo de sucção, que ainda está presente. Apesar, de já ter a predisposição da fala, esta ainda não se constituiu plenamente, pois a criança ainda está em processo de apropriar-se de vocábulos que permitam que ela estabeleça uma comunicação efetiva, expressando o que sente e deseja.

Na ânsia de explorar tudo que lhe rodeia, muitas vezes a forma de exploração não é a mais adequada, pois é mais rápido puxar o cabelo, beliscar, morder ou chorar repentinamente para conseguir o que deseja. Isso porque, a criança percebe pela reação do outro que estes comportamentos trazem o resultado imediato, a satisfação interna.

A escola é a primeira experiência social longe da família, é onde a criança se relaciona longe da proteção dos pais com o outro, com suas frustrações, que são fundamentais para constituir-se enquanto pessoa. É também nesta etapa de vida que começa, através das frustrações, a construir valores de código moral.

Para lidar com a criança é preciso que o educador (pais ou professores, tios ou avós) seja um observador constante e não um controlador da ação da criança. Observar significa olhar, analisar o contexto, podendo intervir de forma construtiva para que a criança perceba seus sentimentos e o dos outros, para que possa buscar uma linguagem adequada para resolver seus conflitos normais à sua faixa etária.

Quando a mordida acontece no ambiente escolar a atuação da escola e da família precisa ser eficiente. A busca da orientação de um técnico do comportamento pode ser um diferencial nesta etapa. A família é orientada visando a melhor forma de ajudar sua criança. Alguns procedimentos para apoiar a criança a saciar sua oralidade são estabelecidos na rotina, sob a gerência dos adultos, a fim de ajudar a criança a encontrar a melhor forma de expressar seus sentimentos e estabelecer as relações sociais adequadas com seu amiguinhos.

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Dra. Maria Nogueira é psicóloga especializada em neuropsicologia, psicopedagogia e psicologia escolar. Ela atende em seu consultório no Rio de Janeiro. Para falar com ela envie e-mail para mariacpnogueira@gmail.com ou ligue para (21) 99731-1425.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

2 COMENTÁRIOS

  1. Hoje aconteceu com minha filha, ela foi mordida na escola, eu fiquei super insegura, depois que acabei de ler isso, entendi melhor o porque a criança morde muitas vezes, pensamos que é a educação que vem de casa agora, fiquei mais sossegada.

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