Uma querida amiga nos conta o que passou até conseguir engravidar, as tentativas, os abortos naturais, a conversa que teve com Maria, mesmo não sendo católica, até o milagre de dar à luz a uma menina. A história desta tentante é definitivamente emocionante.

A primeira tentativa

Minha história resumidamente começa em 2014, quando eu e meu marido decidimos tentar engravidar. Já tínhamos 12 anos juntos e finalmente achávamos que era o momento ideal. Após um mês de tentativas, comecei a sentir uma dor muito forte na barriga e fui ao hospital achando que era apendicite, mas como minha menstruação estava dois dias atrasada o médico achou melhor fazer um beta HCG antes da tomografia. Assim que saiu o resultado ele me chamou e falou, você não tem nada, só está grávida!

Não conseguia acreditar foi um momento mágico, tinha a última prova da minha segunda graduação nesse dia e não sabia como eu me concentraria nela. Logo depois, passado o choque de descobrir que eram gêmeos univitelinos monocorionicos, a felicidade se tornou duplicada.

No entanto, desde a quinta semana estava achando que havia algo errado nos exames, pois não ouvia o coração bater. Os médicos garantiram que era cedo, o tempo foi passando, tive um corrimento, mais ultras e nada. Continuaram falando para esperar. Até que com 10 semanas eu e meu marido estávamos na ultra e a médica simplesmente falou: “Eles morreram.”

Oi? Parecia que o mundo ia acabar, não consigo descrever o que senti. Ela me colocou numa sala e falou pra eu parar de chorar daquela forma que iria assustar as outras mães!

Voltei na minha obstetra e por ser um aborto retido, teria que fazer uma aspiração por vídeo histeroscopia, já que eu não queria esperar sair naturalmente. Fiz a cirurgia, alguns exames que poderiam explicar o problema e nada foi detectado.

Dois meses depois fui liberada para tentar novamente. Estava no trabalho e comecei a sentir dor ao urinar, logo após veio um sangramento e pensei: “Nossa! Infecção urinária das brabas”. Mas minha intuição me dizia que podia ser outra coisa e antes de ir na emergência passei na farmácia e foi assim que descobri a segunda gravidez, no banheiro do hospital.

A segunda tentativa

A felicidade era incrível muito maior que na primeira. Deus tinha escutado minhas preces, ia curar minha dor. Dessa vez eu decidi que não ia contar nem para os meus pais, pois a dor da perda ainda era tão forte para mim e para todos que me amavam. Nessa altura, minhas melhores amigas estavam grávidas e nem sabiam como me dizer. A notícia da segunda gravidez foi um alívio para mim e para elas, finalmente íamos curtir nossas barrigas juntas.

Uma semana depois repeti o beta HCG e vi que caiu, o que significava novo aborto. Liguei pra médica e ela disse para esperar sair. Esse com certeza foi o pior dia da minha vida, pois parecia um filme de terror repetido, tinha certeza que nunca seria mãe. Me revoltei com Deus, com tudo.

A empresa que eu trabalhava na época não “aceitava” filhos, demitia todo mundo que voltava de licença. Aguentei o tranco trabalhando calada, só meu chefe e um amigo sabiam. Tive depressão e síndrome do pânico. Não tirei licença, não faltei, a melhor coisa para cabeça era trabalhar, trabalhar muito. Até que uns meses depois, um dia antes de eu tirar férias fui demitida pra não correr o risco de engravidar nas férias, segundo o RH.

Foi nesse momento que eu senti que o fundo do poço tinha chegado, que eu tinha perdido tudo e não sabia por onde começar. Um amigo me falou de uma prima que tinha tido 6 perdas e fez tratamento com imunologista. Fui na consulta, fiz muitos exames, ouvi sobre a tal ” vacina do marido”. Não descobri nada, não havia nenhuma causa física ou genética que explicasse o que eu estava passando. Eu e meu marido decidimos parar de tentar, aguardar 1 ano ou 2 pra digerir o luto e pensar se íamos pra mais uma tentativa ou se íamos adotar.

Conversa com Maria

O tempo foi passando, consegui emprego, até que estava no batizado do filho da minha melhor amiga e vi Maria falar comigo (não sou católica, nunca tinha falado com Maria antes na vida). Ela me falou “eu sei o que você sente, eu perdi meu filho, mas não temas”.

Alguns dias depois com um mês de emprego novo descobri que estava grávida! Meu sentimento inicial foi de pânico. Um medo extremo, absurdo de passar por aquela dor de novo.

Uma amiga do trabalho me indicou O médico, que foi um anjo pra mim, soube me tratar muito além da obstetrícia e fazer tudo dar certo na minha cabeça e na minha gestação. Logo com 7 semanas tive um sangramento e vi todo meu sonho novamente se despedaçar.

Meu médico foi pessoalmente fazer minha ultra de emergência e lá estava o coração do meu bebê, batendo firme e forte com muita vontade de viver. Optamos por não saber o sexo, que já era nosso trato antigo, mas que ficou mais evidente depois de tudo que passamos. Jamais importaria se era menina ou menino, só queríamos nosso filho nos braços.

Em 19/05/16 finalmente meu sonho se realizou e dei a luz a uma linda menina. Clarissa significa “claro”, “brilhante” e não teria adjetivo melhor para descrever o raio de Sol que ela significa na minha vida!

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

7 COMENTÁRIOS

  1. Acreditamos na capacidade dos profissionais que cuidaram das duas pessoas muito especiais na minha vida, mas cremos que o Supremo Criador , permitiu no tempo que somente Ele determina, a benção da nossa primeira neta e bisneta.

  2. Oi Carol, a minha história é muito parecida com a sua. Lutei contra a infertilidade por mais de 2 anos. Hoje, minha filha tem 3 anos e agradeça a deus e a ao meu médico por ter me ajudado a me tornar mãe. Acho importantíssimo um acompanhamento médico e psicológico para dar suporte a tentante, pois é um momento muito difícil e desgastante para a mulher.

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