Seu filho nasceu! A cama está pequena? Compartilhar o espaço da cama com os filhos é muito mais comum do que imaginamos.

Ao engravidar existem muitos planejamentos: meu filho irá dormir no berço desde o momento que chegar em casa e no seu quarto. Quem não fez tal afirmação?

A realidade imposta por rotinas de amamentação e noites mal dormidas parecem ser demandas suficientes para que todos os planejamentos e afirmações sejam logo esquecidos, e deixar o bebê na cama dos pais é prático e traz um grande conforto, especialmente aos pais.

Estará certo manter a criança na cama dos pais? A primeira pergunta que deve ser feita é se pai e mãe se sentem confortáveis com tal escolha. Importante é que cada escolha deve ser avaliada diante dos valores familiares, pois o certo e o errado são conceitos relativos.

Todavia, como pais e para fazer a melhor escolha para a rotina da noite, conhecer o posicionamento de alguns especialistas quanto à questão, alguns favoráveis e outros não, pode ajudar na tomada de decisão.

Argumentos Contrários…

Alguns especialistas alertam que, apesar de prazeroso dividir a cama com os filhos, existem riscos. A pediatra Márcia Pradella-Hallinan, coordenadora do setor de pediatria do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), faz algumas ressalvas. Afirma que “a divisão da cama pode restringir os movimentos do bebê”, pode-se machucar ou até sufocar a criança e aponta que a relação do casal fica prejudicada.

Encontramos ainda na literatura autores que afirmam que podem trazer danos ao desenvolvimento emocional das crianças, tornando-as mais dependentes.

Com o crescimento do bebê é comum a busca da cama dos pais no meio da noite, mesmo quando utilizam o mesmo espaço, pois como ainda não tem a sua individualidade amadurecida, ao acordar no meio da madrugada, tem vários sentimentos que vão do medo a insegurança.

A criança necessita entender a constituição familiar onde cada membro tem seu espaço, mas, é preciso, também, sentir-se acolhida em seus sentimentos. Ao ocupar a cama dos pais, a criança pode ter dificuldade de saber qual é o seu papel na constituição familiar.

Freud coloca que a sexualidade infantil passa por fases, onde a criança descobre seu corpo e o prazer que pode obter dele. O dormir com os pais pode ter influência nessa sexualidade, e gerar sentimentos desde insegurança, alterações alimentares e de qualidade de sono até incapacidade, angústia ou fobias.

Argumentos favoráveis…

Alguns especialistas adeptos da criação com apego consideram irrelevante tais argumentos, para eles o importante é o contato afetivo dos pais com o filho. Segundo eles, o contato afetivo estimula o hormônio de crescimento, contribui para o desenvolvimento intelectual e motor, melhora o padrão de sono.

Colocam que a técnica conhecida como “Nana Nenê” de deixar chorar ou forçar a criança a dormir na cama pode ocasionar prejuízos ao desenvolvimento e dificuldades para a criação do apego seguro.

“Cosleenping” é o termo usado para pais que compartilham cama com os filhos ou mesmo um ambiente em camas separadas. Hoje as pesquisas apontam que a cama compartilhada pode ser segura e positiva se os pais estiverem bem informados e que a síndrome da morte súbita pode ser evitada nesta forma de compartilhamento.

Se o casal adapta-se ao “cosleenping”, essa escolha não atrapalha a intimidade dos pais, ao contrário pode ser estimulante na quebra da rotina, onde experimentar outros ambientes da casa pode incentivar a fantasia esquentando a relação.

Outro mito, segundo estes adeptos, é a criação de crianças dependentes e contra argumentam que uma criança segura tem maior capacidade de escolha o que a torna com o passar do tempo bem mais independente.

Outra vantagem que apontam é uma rotina de sono saudável para a família, diminuindo o stress dos pais o que favorecerá a qualidade de atenção dada à criança.

Após examinar diferentes posicionamentos quanto à cama compartilhada, sempre lembro aos pais que nenhum filho dorme para sempre ou busca a companhia dos mesmos a vida toda, tudo é apenas uma fase! O importante neste processo de educação é o exercício dos três “P“ : paciência, persistência e perseverança diante de sua escolha que deve ser pautada no conhecimento e nos valores da família. O certo e o errado depende neste caso de nossas escolha, pois não fere nenhum código de ética.

Enfim, curta com muito amor cada fase de seu filho, ele cresce rápido, independente da postura que escolha.

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Dra. Maria Nogueira é psicóloga especializada em neuropsicologia, psicopedagogia e psicologia escolar. Ela atende em seu consultório no Rio de Janeiro. Para falar com ela envie e-mail para mariacpnogueira@gmail.com ou ligue para (21) 99731-1425.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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