Olá queridos leitores,

Tudo bem? Como vocês podem perceber pelo título passei no mês de julho pela adaptação escolar do Joaquim. Ele está com 2 anos e 2 meses e apesar de não ser obrigatório, penso que será bom para ele e também para mim contar com essa rede de apoio.

Joaquim é uma criança que ao mesmo tempo que é bem autônoma e independente também é bem agarrado a mim e ao pai, o que é completamente normal pela idade. O que coloquei na minha cabeça foi que primeiro ele precisava se sentir seguro com o ambiente, formar vínculo com uma das professoras (são 3) para depois eu poder sair tranquila.

Em nenhum momento esperei que não tivesse choro, pois essa é a ferramenta que a criança tem para expressar suas emoções e é muito importante não retê-las, deixar desaguar.

É um processo de mudança e mudanças podem gerar medo, insegurança, saudade, ambiguidade “eu gosto daqui mas quero mamãe aqui também” e o choro é o instrumento que bebês e crianças usam para expressar sentimentos que eles ainda não sabem nomear.

O processo de adaptação escolar

Semana 1

Na primeira semana ficamos apenas 2 horas na escola, as aulas começaram numa terça-feira. Nos primeiros dois dias eu fiquei do lado dele o tempo todo na salinha, no parquinho e para onde quer que ele fosse.

No terceiro dia (quinta-feira) eu já expliquei que ficaria sentada na porta da sala lendo meu livro e que ele poderia brincar tranquilamente, que se quisesse poderia vir até mim, que eu estaria lá.

A porta da sala ficou aberta o tempo todo e ele vinha me abraçar ou mostrar alguma coisa interessante e voltava. Na hora de lavar a mão para lanchar não queria deixar a professora lavar, expliquei que ali na escola eram as professoras que iriam ajudá-lo. A assistente o chamou e ele aceitou ir.

Na hora de ir embora, momento que é trocada a fralda eu mesma troquei porque sei que é algo bem mais íntimo e demora mais um tempo para ter confiança.

No quarto dia (sexta-feira) eu mantive minha cadeirinha no corredor, a porta continuou aberta. Enquanto as atividades eram na sala eu me mantive no corredor mesmo quando ele me chamava para entrar, respondia que estava olhando de fora, porque era o lugar que as mamães ficariam. Quando foram para um ambiente novo eu o acompanhei. Para minha surpresa no final ele permitiu que a assistente trocasse a sua fralda comigo do lado. Antes havia falado que ele poderia escolher alguém para trocar e que podia confiar que eu estaria ao seu lado.

Veio e final de semana…

Semana 2

Depois de um final de semana inteirinho com papai e mamãe já esperava um grude maior, ele até entrou bem na sala na segunda-feira, mas quando estava no parquinho e eu no corredor começou a chorar sem parar e eu fui ao encontro dele para acalmá-lo. Peguei no colo, falei que eu estava no mesmo lugar, abracei, beijei, ficamos uns 30 minutos juntos e depois ele foi brincar em outra sala mais tranquilo.

No dia seguinte saí do corredor em frente a sala e fiquei na frente da escola, dando espaço para incentivar a autonomia e a segurança da criança com a professora. Quando ele chorava e elas não conseguiam redirecioná-lo, uma delas o trazia para o pátio, eu o acolhia e depois ele voltava.

Isso é importante para que eles confiem nas professoras – estamos aqui, sua mamãe está lá fora se você me pedir eu te levo até ela – e assim o vínculo e a confiança vão se formando.

Fiquei nesse processo a semana toda. Eu na escola mas fora do alcance dos olhos dele, ele nas atividades, e quando ele pedia para a professora me ver nós nos abraçávamos. Nessa segunda semana ele saiu da escola ainda às 11h.

Semana 3

Na terceira semana o horário de saída se estendeu até a hora do almoço (12h) e ele passou a almoçar na escola.

Eu o deixava na sala, ficava um pouquinho, abraçava, conversava todos os dias que o amava, que ele ia se divertir muito, que eu precisava trabalhar e que no horário combinado estaria lá para buscá-lo. Tinha choro na despedida? Tinha. Mas eu já estava segura que essa mudança da rotina precisava ser feita, que ele já conhecia o ambiente, já estava sendo acolhido pelas professoras.

Certamente ele preferiria que eu ficasse com ele, mas que isso não é possível, né? Então precisamos estar seguras do processo e confiar na capacidade de superação dos nossos filhos.

Na quinta-feira da mesma semana a professora me disse que ele já estava pronto para ficar no período integral (saída às 15:15) e assim foi feito. Ele ficou muito bem e não teve problemas.

Na sexta-feira já entrou na sala sem chorar. Nos despedimos, abracei, disse que o amava, falei para ele se divertir muito e que mais tarde voltaria para buscá-lo como faço todos os dias.

Foram 3 semanas de adaptação. Sei que nem todo mundo tem esse tempo, por causa do trabalho, mas se você não pode que tal revezar com o pai? Com os avós? Ou uma cuidadora que a criança tenha vínculo?

E lembrando que cada experiência é única! Houve crianças na sala do Joaquim que em 1 semana estavam super adaptadas.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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