Depois de ter refletido neste post aqui sobre ter o segundo filho ou não, quero falar de como é a mãe do segundo filho.
O primeiro filho faz uma revolução na nossa vida, a gente vira do avesso, se encontra com nossas sombras, nossa criança ferida e vai aos poucos aprendendo como ser mãe.
Começa a ler, estudar, observar que aquele comportamento padrão na base do castigo para educação não vai levar ninguém a lugar nenhum ou vai no mesmo caminho que a humanidade está, ou seja, doente.
Então, todo dia a gente deixa de lado o nosso instinto autoritário de querer fazer as coisas do nosso jeito e permite que a criança, que está se formando na frente dos nossos olhos aja com espontaneidade e criatividade.
É um desafio diário agir de uma forma mais respeitosa com a criança, porque não fomos criados para isso.
Se o segundo filho não tem a mesma quantidade de festas, roupas e frescuras que demos ao primeiro, ele tem em compensação uma mãe muito mais consciente do seu papel e do seu propósito.
O primeiro filho já nos lapidou, já nos virou de ponta cabeça, foi o cobaia. O segundo mesmo sem tanta euforia da família e da própria mãe tem o melhor dela: uma pessoa já treinada para ser mãe, uma mãe mais calma, menos insegura, menos ansiosa.
O primeiro filho arromba as portas do desconhecido; o segundo já vai colhendo os frutos de uma pessoa que já caminhou nas sombras de seus traumas.
O primeiro filho é um desafiador desde as coisas mais banais até como agir num caso de birra; o segundo a gente já tira de letra com as banalidades e já sabe acolher no primeiro sinal de descontrole emocional.
Coitadinho do primeiro filho? Não. Ele tem o que o segundo nunca terá uma cumplicidade nesse caminhar e uma gratidão sem fim por termos nos transformado em um ser humano melhor.
