João no primeiro dia de aula.

Quem me acompanha nas redes sociais sabe que coloquei o João na escola neste mês de agosto. E para a minha surpresa a adaptação escolar dele foi bem tranquila (graças a Deus).

Mas infelizmente nem sempre é assim…

Por isso, no post de hoje a pedagoga Terezinha Nazar fala sobre o respeito ao ritmo da criança na adaptação escolar.

Confira!

A voz do especialista

“A criança, como todo ser humano, possui personalidade própria. Ela traz consigo toda a beleza e dignidade do espírito criador, que jamais poderão ser reprimidas. Esse espírito de criança, puro e sensível, exige de nós um cuidado especial.” 
Maria Montessori, em Montessori em Família

Assim é cada criança, cada uma tem um que especial, é única e verdadeira!

Nos tempos atuais as crianças quando chegam às creches e/ou escolas, na educação infantil, são muito pequenas ainda, mas já escrevem e trazem sua história de vida. Nós, educadores, que iremos recebê-la neste novo ambiente, travamos nosso primeiro contato com ela através desta sua história para começar a conhecê-la, saber sobre seu ritmo de desenvolvimento, suas preferências, seus interesses, seus hábitos de vida…

Ao chegar para a criança o seu primeiro dia de escola, para nós, profissionais de educação, ela já tem significado: nome, um rostinho e uma história, que a partir de agora vamos compor juntos.

Sabemos, entretanto, que esta criança depara-se com um mundo novo e desconhecido, onde seu primeiro desafio é o processo de adaptação. Há crianças que facilmente se adaptam ao novo ambiente, aos novos amigos, às rotinas… Outras, demoram um pouco ou, até mesmo, precisam de um tempo bem maior e as reações são sempre diferentes, mesmo quando se assemelham pelo choro ou desconfiança de todos e de tudo.

Pressa, de nada adianta! Cada criança dentro do seu ritmo próprio e no seu tempo vencerá o desafio. Precisará do adulto, seja ele qual for, mãe, pai, vovó, professora, atendentes de classe… para ajudá-la, mas, somente ajuda na medida certa, personalizada e sobretudo com a confiança em sua capacidade para vencer este desafio.

Vencido o processo de adaptação, o ambiente escolar, “cientificamente preparado” para a criança, calmo e acolhedor, passa a fazer parte de sua vida e ela começa a interagir dentro dele. Logo percebe, também, que não está sozinha. Existem outras crianças e adultos com os quais irá conviver e estabelecer relações. Com o tempo, pouco a pouco, irá conhecer melhor a cada um destes amigos.

No dia a dia, podemos observar que nossas crianças estão em permanente atividade, em busca de novas descobertas, movidas por um “impulso vital” que as faz, cada vez mais, ampliar o conhecimento do mundo. Cada uma com seu jeito próprio e especial de ser, procura utilizar a grande energia que possui dentro de si, explorando este ambiente escolar preparado com adequação para ela, onde é permitido que se movimente livremente e escolha sua ocupação.

O trabalho da criança se faz notar sob muitos aspectos: pode apenas observar, pode conversar com os amigos, pode acompanhar o caminho de um inseto na área externa, ficar olhando os animais, buscar um material de desenvolvimento, “ler”, desenhar, pintar… Trabalho sim, pois as crianças com trabalho apropriado às suas possibilidades de desenvolvimento e desafiadas sistematicamente, produzem muito, aprimorando-se e dando o melhor de si.

São muitos os desafios e grandes as conquistas significativas!

Entrar sem chorar, entrar sozinho, exercitar o direito de escolha com responsabilidade, levar a termo a tarefa escolhida, guardar o material que utiliza… pois, cada criança, no seu próprio ritmo, caminha na construção de si mesma. É com imenso prazer que ela própria percebe o seu crescimento, tornando-se cada vez mais autônoma em relação ao ambiente e às tarefas que realiza. Fica extremamente feliz, quando com ares de gente grande, afirma: “Já sou grande!”.

Nós, adultos, precisamos ter sensibilidade suficiente para perceber e respeitar a cada criança como ser único que é. Cada uma do seu jeito, com seus talentos particulares, sua forma de relacionar-se consigo própria e com os outros.

Cabe-nos, como educadores, nesta tarefa de ajudar a criança a ser ela mesma, o papel de facilitador do processo, ou seja, ajudá-la a relacionar-se com as coisas do mundo para permitir que cresça sadia, forte e em harmonia. Somos responsáveis por “apresentar o mundo à criança”!

Para cumprir nosso papel precisamos amar as crianças e estarmos predispostos a participar intensamente de todo o trabalho que desenvolvem em busca de sua harmonia pessoal, lembrando que em muitas das vezes aprenderemos com elas a ter “novos olhares” sobre as descobertas da vida.

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Terezinha Nazar é Mestre em Educação pela UNESA. É Especialista em Desenvolvimento e Saúde Mental na Infância e Adolescência pela CESANTA e Especialista em Docência do Ensino Superior pela UCAM. Licenciada em Pedagogia nas habilitações: Orientação Educacional, Supervisão Escolar e Administração Escolar pelo CCHS – Instituto Isabel. Pedagoga na UERJ. Coordenadora Pedagógica no CAp-UERJ.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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