Se tem um tema que rende assunto é a busca da escola ideal para os nossos filhos. Visitamos mil e uma instituições, pesquisamos, pedimos indicações aos amigos, mas mesmo assim é um processo difícil.

Na minha opinião você deve primeiro definir qual linha pedagógica que acredita ser a mais adequada para o seu filho.

Então, vem a pergunta: quais métodos pedagógicos existem? Em que consiste cada um?

Pensando nisso, pedi para a pedagoga Terezinha Nazar (minha sogra), que é perita no assunto, explicar para as minhas leitoras sobre as linhas pedagógicas de ensino mais comuns.

Não adianta pesquisarmos no escuro, precisamos saber o que queremos e acima de tudo, conseguir perceber se a linha ou método “vendido” pela instituição é colocado realmente em prática.

Texto brilhante, vale a pena a leitura!

A voz do especialista

Nós, educadores, observamos que o cenário na sociedade brasileira deixa evidente que as crianças ingressam cada vez mais cedo na escola. As escolas de educação infantil são uma realidade no mundo moderno!

Cabe aos pais, a responsabilidade da escolha da escola para os filhos. Muitas dúvidas, ansiedade e até mesmo medos se fazem presentes neste momento. As famílias se deparam com muitas opções de escolas e teorias pedagógicas que norteiam o trabalho destas, principalmente, na educação infantil. Ouvimos muitas vezes dos pais: como escolher a melhor escola para meu filho?

Como educadores afirmamos que não existem fórmulas mágicas ou receitas prontas para escolher escola para os filhos. A nossa experiência profissional aponta que conhecer sobre o funcionamento e as propostas pedagógicas das escolas podem ajudar nesta escolha.

Conhecer sobre o funcionamento de uma escola significa, minimamente, conhecer seu espaço físico e observar e questionar sobre suas práticas: como se organiza, que profissionais fazem parte de sua equipe, a qualificação destes profissionais, a proporcionalidade entre adultos e crianças no atendimento cotidiano, a organização das rotinas diárias, a filosofia e metodologia que norteiam seu fazer pedagógico, a estrutura curricular, a avaliação do desenvolvimento da criança e como se faz a integração escola e família.

Apontar uma melhor escola para uma criança, seja esta, sua primeira escola ou uma nova escola é tarefa impossível quando nosso pressuposto é que cada criança é única, assim como cada família é única também. Pais e filhos, em sua singularidade, viverão juntos uma nova experiência. Escolher a escola parceira, na tarefa de educar, requer optar por uma linha pedagógica e identificar valores que irão nortear de que maneira a criança será ensinada longe da sua família.

Elegemos para esta discussão, apresentar as características das escolas tradicionais, construtivistas e montessorianas e escolhemos, para complementar, trazer um pouco da educação bilíngue, com o objetivo de contribuir para o início do processo de reflexão dos pais sobre que escola escolher como sua parceira na educação dos filhos.

Escola Tradicional

A escola tradicional de ensino teve a sua origem no século XVIII e traz um modelo de educação conteudista e rígido, onde o que importa é a quantidade dos conteúdos transmitidos. Apesar dos processos de transformações pelos quais passaram as sociedades e dos discursos de educadores sobre teorias e práticas pedagógicas inovadoras, até hoje, este modelo de educação predomina nas nossas escolas brasileiras.

Nas escolas tradicionais o professor detém o saber – saberes enciclopédicos, fragmentados e descontextualizados – e a autoridade. A criança é um ser passivo que memoriza e repete os “conteúdos ensinados” para que as metas estipuladas para todos, sejam cumpridas por todos, dentro de prazos previamente determinados.

Construtivismo

O construtivismo disseminou-se na América Latina na década de 1970 e chegou ao Brasil na década seguinte. Apesar de receber a contribuição de alguns teóricos, seus fundamentos se apoiam, principalmente, nos estudos do psicólogo suíço Jean Piaget e do russo Lev Vygotsky.

O construtivismo tem como base os conceitos desenvolvidos por Piaget: os mecanismos de funcionamento da inteligência e a constituição/construção do sujeito a partir de sua interação com o meio; e a visão sociointeracionista de Vygotsky: o desenvolvimento do indivíduo é resultado de sua interação com outros indivíduos e com o meio, enfatizando a importância da linguagem no processo de aprendizagem.

Nas escolas construtivistas o conhecimento e o saber devem ser construídos pelas crianças através da discussão de situações de vida e de mundo, da formulação de hipóteses e de atividades interativas. A criança é, efetivamente, partícipe nas atividades do cotidiano escolar e no seu processo de desenvolvimento.

O professor é apenas o estimulador das crianças no seu processo de aprendizagem e desenvolvimento de habilidades e competências necessárias para a construção de seus conhecimentos.

Montessoriano

O método Montessori foi idealizado por Maria Montessori, primeira médica mulher na Itália, a partir do seu interesse pelos mecanismos de desenvolvimento do aprendizado infantil. Em 1907 criou a primeira “Casa dei Bambini” (Casa das Crianças) e nos anos 1940 seu método se difundiu pelo mundo.

O Método Montessori coloca a criança no centro do processo educativo respeitando suas necessidades individuais e ressaltando sua capacidade inata para aprender.

Nas escolas montessorianas, o ambiente deve ser “cientificamente preparado”, ou seja, proporcionar às crianças possibilidades de circulação e atuação, ser atraente para os sentidos, ter ordenação, transmitir tranquilidade, oferecer segurança e conter desafios que propiciem oportunidades de exercícios de vida que contribuam para um desenvolvimento físico e emocional sadio.

O adulto – os profissionais de educação – é o orientador e facilitador do desenvolvimento infantil no cotidiano escolar, que respeita a individualidade e o ritmo próprio de cada criança, incentivando-a nas suas escolhas e nos exercícios práticos de vida.

A criança, o sujeito mais importante no processo de aprendizagem, é um ser único, verdadeiro e tem seu jeitinho especial de ser! No ambiente montessoriano ela é livre e se exercita para suas conquistas pessoais e escolhas de vida.

Educação Bilíngue

As escolas bilíngues no Brasil têm uma história recente. Entretanto, podemos dizer que é importante entender que “a comunicação competente na segunda língua” deve ser o objetivo fundamental na educação bilíngue.

Uma proposta pedagógica de educação bilíngue no nosso país, da mesma forma que uma educação monolíngue, deve ser estruturada e organizada obedecendo a legislação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Seu diferencial será proporcionar às crianças os desafios necessários para conquistarem habilidades e competências para utilizar duas ou mais línguas em situações do cotidiano de vida.

Precisamos ter clareza que uma escola bilíngue ensina por meio das línguas e não apenas ensina as línguas. Como educadores entendemos que uma escola bilíngue, assim como qualquer outra escola, precisa fazer suas escolhas quanto ao modelo que norteará suas práticas pedagógicas para o desenvolvimento pleno e harmonioso das crianças.

Não existe uma idade ideal para a criança iniciar uma educação bilíngue, entretanto, os estudos apontam que quanto antes uma pessoa aprende uma segunda língua, maior facilidade terá em desenvolvê-la.

Se quer saber mais sobre o tema escola clique aqui.

Terezinha Nazar é Mestre em Educação pela UNESA. É Especialista em Desenvolvimento e Saúde Mental na Infância e Adolescência pela CESANTA e Especialista em Docência do Ensino Superior pela UCAM. Licenciada em Pedagogia nas habilitações: Orientação Educacional, Supervisão Escolar e Administração Escolar pelo CCHS – Instituto Isabel. Pedagoga na UERJ. Coordenadora Pedagógica no CAp-UERJ.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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