Primeiro de tudo Resiliência nada mais é que a capacidade de darmos a volta por cima, lidar com as emoções e o estresse. Ou seja, a boa e velha inteligência emocional.

Segundo Dean M. Backer, em um artigo na Harverd Business Review afirma que:

Mais que a educação, mais que a experiência, mais que o treinamento, o nível de resiliência é o que determina quem vai ter êxito e quem vai fracassar.

Resilência se aprende brincando

A notícia boa é que resiliência se aprende brincando. A questão é que hoje parece não ser muito fácil esse simples ato de brincar livre. Isso porque, nossas crianças estão sempre super atarefadas e sobram pouco tempo para elas simplesmente brincar.

Entenda que brincar não é aula de natação, violão ou qualquer coisa que pode ser até divertida para o seu filho. Brincar é brincar da forma antiga mesmo, sem nenhum adulto conduzindo a brincadeira ou interferindo a todo momento.

Isso porque quando a criança brinca ela também lida com problemas, por exemplo, o amigo que quer o mesmo brinquedo que o do seu filho ou quando sobem numa árvore e percebem que tem que descer. Nessas situações elas estão testando situações de risco, que só elas podem resolver.

Brincar socialmente é estressante, pois pode haver uma situação de conflito ou de cooperação. O medo e a raiva são alguns sentimentos que elas devem aprender a lidar para que a brincadeira não acabe.

Quando estão brincando ou jogando as regras precisam ser negociadas e renegociadas, e por isso as crianças precisam estar cientes do estado emocional dos demais para que alguns não se aborreçam e desistam, senão a brincadeira acaba. E nenhuma criança quer que a brincadeira acabe! Dessa forma, é preciso praticar o relacionamento com os demais em pé de igualdade.

E o que isso tem a ver com a resiliência?

Tem tudo a ver. Uma vez que quando estão pulando de pedra em pedra ou de lutinha com os amigos ou balançando em galhos estão compreendendo que grau de estresse podem suportar. E assim, desenvolvendo autocontrole e aprendendo a negociar com pessoas de todo tipo de personalidade para que a brincadeira não acabe.

Quantos mais brincarem, mais resilientes e socialmente capazes serão. Ninguém aprende resiliência fugindo da situação de estresse, mas sim aprendendo a domá-lo e controlá-lo. A criança que aprende a lidar com o estresse aprende o autocontrole e a resiliência desenvolvendo uma habilidade, que levará para o resto da vida e não somente para a vida profissional.

Não adianta nossos filhos serem um gênio da matemática se não conseguem lidar com altos e baixos, por essa razão a citação do começo do texto é tão correta. Na vida todos nós passamos por momentos de frustração e quem sabe “dar a volta cima” certamente se dará melhor na vida.

Não interferir o tempo todo na brincadeira da criança, nas situações de conflito e de risco faz com que a criança adquira autoconfiança, propiciando assim o desenvolvimento da autoestima.

Dicas

  1. Leve as crianças para brincarem na natureza, pracinha, praia, parque, onde você não tenha medo que elas explorem o ambiente. Deixe-as usarem a imaginação e se divertirem.
  2. Junte crianças de diferentes idades. Isso estimula o desenvolvimento, uma vez que uns facilitam o aprendizado dos outros e todos sobem de patamar naturalmente. Assim, a criança aprende a ser protagonista quanto a cooperar com os mais velhos, participando e questionando. Assim, elas se ensinam habilidades de negociação e autocontrole tão necessárias na vida.
  3. Silêncio adulto! Deixe as crianças brincarem sozinhas, quanto mais elas usarem a imaginação e fazerem tudo por conta própria, melhor elas brincarão.

Fonte: Crianças Dinamarquesas.

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Carol Nazar é criadora do Carol Nazar Babies, onde compartilha suas experiências sobre maternidade.

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